Artivismo Feminista e Educação Libertária
Resumo
Eu que nem sou uma Simone de Beauvoir
Também vou reclamar.
Ligo o rádio, a TV
E ouço um discurso machista
Que me grita nos ouvidos.
Pare o mundo que eu quero descer!
Mas agora eu também resolvi
Dar uma queixadinha
Porque eu sou uma feminista
Latina-americana
Que também sabe se lamentar.
Eu devia estar contente
Porque eu tenho um emprego
E que ganho menos que o dito
Cidadão homem branco burguês?
Eu devia agradecer ao Senhor
Por colocar rosários em meus ovários
E me impedir de escolher pela minha vida?
Eu devia estar feliz por acharem que amor pode se comprar?
Por serem tão antiquados como um Corcel 73.
Eu devia estar alegre e satisfeita
Por me ditarem uma receita
De boa moça para casar mais do que suspeita?
E atrelada, conformada com esse conservadorismo de direita?
Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar.
Não vão me mercantilizar
Não ei de ser selada, carimbada,
Rotulada, registrada.
Não preciso de carimbo
Dizendo sim, sim, sim
De permissão para poder pensar
Agora vejam só,
Da vítima não é para ter dó.
Dó é menosprezo a um ser menor.
Eu não sou a mosca que pousarei na sua merda,
Eu não serei inseto, nem deixarei me abusar.
Pois quando um cara genial sobe no muro do quintal
E vê duas aranhas a brincar e acha que isso não é normal
Eu não posso concordar.
Seu homofóbico, vá se ferrar!
A sua cobra, cobra criada,
Que seja reeducada a respeitar.
Além disso, quem gosta de maçã
Não irá gostar de todas
Porque nem todas são iguais...