Sobre fazer viver a participação dos usuários da saúde mental na produção de saúde
Resumo
O artigo problematiza o envolvimento participativo de usuários do campo da saúde mental no campo da atenção básica em saúde e analisa essa participação à luz dos mecanismos do biopoder. Os processos participativos foram investigados com base na metodologia de pesquisa-intervenção, com análise cartográfica de narrativas retiradas de grupos e entrevistas. Relaciona o tema ao contexto biopolítico de nosso tempo, que, tal como estudado por Michel Foucault, imprime marcas nos modos de subjetivação de todos os atores envolvidos. Aponta, ao final, a necessidade de que se estreitem relações entre os pontos da rede de atenção psicossocial, a fim de incrementar os processos participativos que existem, mas que não necessariamente se realizam em sua melhor potência nos espaços oficiais que o sistema hoje lhes destina.