O fazer e aprender pesquisa numa perspectiva menor
narratividade no processo de produção de conhecimento em saúde
Resumen
A escrita que segue ensaia sobre o fazer pesquisa em saúde como aprendizagem. Advindas de uma dissertação de Mestrado, as discussões desenroladas neste trabalho versam sobre os conhecimentos menores evocados pela experiência de pesquisa que tendem a não compor os relatórios finais e que ficam invisíveis por não serem reconhecidos como produções científicas. Trata-se, então, da visibilidade da dimensão micropolítica do fazer pesquisa e produzir conhecimento. Na Saúde, herdamos da Medicina um histórico de cientificização muito específico, de controle, de dominação. Nas ciências da saúde se privilegiou o controle sobre um corpo biológico abstrato, constituído por imaginários e estatísticas e atravessado pela lógica de mercado, o que tem efeitos diretos não só nos serviços e nas práticas de saúde para quem recorre a esses serviços, como nas pesquisas na área. As pesquisas em Saúde e, inclusive no campo da Saúde Coletiva, não estão imunes a isso. Considerando o que Deleuze e Guattari chamam de ciência régia e como ela opera nas práticas científicas e no trabalho, este ensaio evoca suas dobras e escapes, cuja visibilidade não decompõe a ciência, mas cria condições de alargamento de suas lógicas contemporâneas. A pesquisa em saúde não se esgota na análise sobre si. Produz também efeitos colaterais, relativos à lateralidade do como se analisa.