O cárcere feminino em cena.

Representações da Aids em A Mancha Roxa, de Plínio Marcos.

  • Lucas de Souza Serafim
Palavras-chave: Plínio Marcos, Dramaturgia, Aids

Resumo

Em sua obra, o dramaturgo santista Plínio Marcos (1935 – 1999) retratou personagens excluídas da condição de cidadãos: marginais, prostitutas, travestis, criminosos sádicos, presidiários cruéis, policiais corruptos etc. Suas principais características textuais são a força nos diálogos, a linguagem rápida, as cenas ágeis, a economia dramática, o uso de gírias e jargões e as descrições pictóricas.

A peça teatral A Mancha Roxa se ocupa do tema da Aids revelando a fragilidade do ser humano ante a força opressora da sociedade e do Estado. Nesta peça as personagens são vítimas da exclusão social, do sistema desigual gerado pela sociedade, sobretudo as elites. O texto dramatúrgico aborda a questão das relações de poder no interior do mundo prisional, o que, via de regra, quase não aparece nas notícias jornalísticas a respeito das prisões.

Além de relembrar os dez anos de morte do dramaturgo, este texto pretende discutir as representações do gênero feminino no teatro brasileiro tanto em relação ao sistema carcerário quanto em relação à pandemia de Aids.

Publicado
2020-08-12
Seção
Artigos