Biossociabilidade contemporânea e a expressão travesti

Resumo

Este ensaio se orienta por pesquisas foucaultianas que estudam as experiências
da dor. Para além da dor física, procuramos cartografar algumas cenas que evidenciem a
experiência da dor subjetiva, a dor invisível, a dor da estigmatização e da exclusão social
vivida por algumas travestis da cidade do Rio de Janeiro. Ao fazer a cartografia dessas
experiências, “rachamos” as cenas, de modo a problematizar sobre a emergência e a
proveniência dos diversos componentes que participam dessas experiências da dor, que
tanto contribuem para o aumento das vulnerabilidades que colocam essas pessoas frente a
riscos e discriminação. De modo geral, mesmo diante das dificuldades geradas pelos
preconceitos e exclusões que produzem tanta dor física e subjetiva vivida pelas travestis,
podemos perceber um outro movimento, mais político e emancipatório, que toma a
experiência da dor como dispositivo de luta reivindicatória por direitos a ter direitos de
participar das tomadas de decisões da sociedade e de construir suas cidadanias.