Ascensão Feminina e a Queda De Adão E Eva: Um Estudo A Partir Das Teorias De Gênero
Palavras-chave:
Gênero, Heterossexismo, Mito de Adão e Eva, Lilith, DiscursoResumo
O Mito da Criação é uma narrativa da literatura cristã que explica a origem da vida, onde o mundo teria sido criado por Deus, o qual criou o primeiro homem, Adão, e a primeira mulher, Eva. As diferentes apresentações do Mito permitem observar através de frestas temporais dispostas nos textos bíblicos que Eva não teria sido a primeira mulher. Antes dela teria havido Lilith que, através do tempo, foi estigmatizada por não ter se submetido ao masculino, na figura de Adão e de Deus. O Mito da Criação se torna elemento de partida do estudo, de revisão crítica de literatura, que visa apresentar a forma como essa narrativa pode produzir e reproduzir valores sexistas e heterossexistas. Foi possível compreender o papel do discurso nessa dinâmica, por possuir um poder produtivo no âmbito social. Os estudos mostraram que o sexismo não é natural e orgânico, uma vez que a concepção de feminino e masculino é fruto de um longo percurso de construção social. Os discursos, sendo compreendidos como aqueles que mediam as relações de poder, e constitutivos do campo subjetivo, sustentam e reproduzem os pensamentos e afetos. Com base nisso, enquanto um discurso que expressa o surgimento da vida, e fundamentado pelas instituições religiosas, que são detentoras de grande influência no imaginário social, foi possível compreender o papel do Mito da Criação na reprodução e legitimação de estereótipos de gênero e a estigmatização de todas as outras formas de sexualidade que não são representadas na narrativa.