Reflexão sobre o papel da atividade dos “contadores de histórias” para crianças e adolescentes hospitalizados

  • Luzia Aparecida Martins Yoshida
  • Lília José da Silva Morales
  • Maria Adelia Jorge McFadden
  • Maria Marta de Magalhães Battistoni
Palavras-chave: criança hospotalizada, psicologia do desenvolvimento, humanização hospitalar

Resumo

Este artigo, baseado em pesquisa, teve por objetivo verificar, através de um
teste projetivo gráfico e temático, organizado a partir do teste desenho-estória
(TRINCA, 1976) e do H.T.P. (BUCK, 1948), se o estado emocional de crianças e
adolescentes hospitalizados modificava-se ao participarem da atividade com os
contadores de histórias do movimento “Viva e deixe viver”. Este movimento visa
minorar o sofrimento decorrente da doença e hospitalização. Foram avaliados 8
sujeitos de 5 a 12 anos de idade internados na enfermaria de Pediatria do Hospital
das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas, que executaram o teste em dois
momentos: antes e após a atividade com os contadores de história. Constatou-se que,
nos desenhos anteriores à atividade, houve um predomínio da representação de
situações traumáticas, tais como: hospital com janelas fechadas, procedimentos
médicos dolorosos e isolamento. Além disso, percebeu-se na análise dos desenhos
angústia, sentimentos de medo e insegurança. Nos desenhos posteriores predominou
a representação de situações mais amenas, havendo maior comunicação e integração
entre as figuras desenhadas e até paisagens idealizadas de fora do hospital. A análise
comparativa dos dois desenhos de cada sujeito sugere ter ocorrido mudança na
percepção do ambiente, alívio da angústia, aumento da confiança e/ou esperança na
recuperação

Publicado
2018-03-13
Seção
Artigos