O Diagnóstico diferencial entre neurose e psicose:

questões sobre continuidade estrutural

Palavras-chave: psicanálise; psiquiatria; diagnóstico.

Resumo

Este artigo possui como eixo central examinar a questão da continuidade estrutural, a partir da acepção de que a neurose e a psicose possuem mais proximidades do que diferenças absolutamente estanques. Esta suposição pode ser um tanto paradoxal, se a analisarmos a partir de uma clínica estruturalista, por outro lado, pode ir ao encontro da clínica borromeana de Lacan, que viabiliza uma clínica de vários tons. Para refletir sobre tais questões, esta investigação se iniciará com um exame das diferenças entre as abordagens diagnósticas na psicanálise e na psiquiatria; analisará os conceitos de fenômeno e de estrutura e em seguida, examinará algumas especificidades da psicopatologia psicanalítica, para além das estruturas lacanianas clássicas neurose e psicose, como as noções de “personalidade como se”, os casos fronteiriços e inclassificáveis, as psicoses ordinárias e as loucuras histéricas. Por fim, após esse mapeamento diagnóstico, discorreremos sobre a concepção de uma clínica continuísta como recurso para auxiliar os problemas diagnósticos em psicanálise.

Biografia do Autor

Deborah Klajnman, Universidade de São Paulo (USP)

Psicóloga, psicanalista, professora universitária, pós-doutorado em andamento pela Universidade de São Paulo (USP), doutora em psicanálise pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) com cotutela pela Université Côte d’azur (França). Membra do Corpo Freudiano Escola de Psicanálise Seção Rio de Janeiro. Desenvolve pesquisas nos campos da Psicanálise, cujos principais eixos temáticos são: psicopatologia psicanalítica, metapsicologia, diagnóstico diferencial, direitos humanos, deslocamento forçado, questões migratórias e negacionismo.

Publicado
2022-12-26
Seção
Artigos