Dispositivo Intercessor e Atenção Psicossocial

subversão da lógica tecnocrática da Reforma Psiquiátrica contemporânea

  • Carine Sayuri Goto Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP - Assis)
Palavras-chave: Atenção Psicossocial, Reforma psiquiátrica, dispositivo intercessor

Resumo

Este artigo busca refletir sobre o Dispositivo Intercessor, conceito cunhado por Costa-Rosa, no campo da Saúde Mental, levando em consideração que a Reforma Psiquiátrica e a Atenção Psicossocial são movimentos que se tornaram paralelos no momento atual. Através de uma breve discussão histórico-crítica podemos dizer que há uma Reforma Psiquiátrica inicial, baseada na Reforma Sanitária, e uma contemporânea marcadamente neoliberal. Enquanto inicialmente fazíamos discussões sobre a estrutura político-econômica da sociedade e os atravessamentos na saúde, na Reforma Psiquiátrica contemporânea passamos a fazer uma discussão tecnocrática privilegiando o tema “acesso”. As portarias de 2018 para uma nova Saúde Mental e a Nota Técnica 11/2019 do Ministério da Saúde nos interrogam sobre a ênfase na discussão tecnocrática e o “escanteamento” da discussão da Atenção Psicossocial como ética no campo da Saúde Mental. Diante desse cenário retomamos a obra de Costa-Rosa sobre o Dispositivo Intercessor, norte para retomada da Ética necessária para produção de subjetividades singularizadas.

Biografia do Autor

Carine Sayuri Goto, Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP - Assis)

Psicóloga graduada e mestra pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP). Especialização em Economia Solidária Tecnologia Social na América Latina pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Supervisora clínico-institucional pelo Centro Universitário Herminio Ometto de Araras (UNIARARAS). 

Publicado
2020-01-08
Seção
Artigos