Dispositivo Intercessor e Atenção Psicossocial
subversão da lógica tecnocrática da Reforma Psiquiátrica contemporânea
Resumo
Este artigo busca refletir sobre o Dispositivo Intercessor, conceito cunhado por Costa-Rosa, no campo da Saúde Mental, levando em consideração que a Reforma Psiquiátrica e a Atenção Psicossocial são movimentos que se tornaram paralelos no momento atual. Através de uma breve discussão histórico-crítica podemos dizer que há uma Reforma Psiquiátrica inicial, baseada na Reforma Sanitária, e uma contemporânea marcadamente neoliberal. Enquanto inicialmente fazíamos discussões sobre a estrutura político-econômica da sociedade e os atravessamentos na saúde, na Reforma Psiquiátrica contemporânea passamos a fazer uma discussão tecnocrática privilegiando o tema “acesso”. As portarias de 2018 para uma nova Saúde Mental e a Nota Técnica 11/2019 do Ministério da Saúde nos interrogam sobre a ênfase na discussão tecnocrática e o “escanteamento” da discussão da Atenção Psicossocial como ética no campo da Saúde Mental. Diante desse cenário retomamos a obra de Costa-Rosa sobre o Dispositivo Intercessor, norte para retomada da Ética necessária para produção de subjetividades singularizadas.