Poder soberano e biopolítica no combate às drogas no Brasil

  • Raphael Rodrigues Sanches
  • Luiz Carlos da Rocha

Resumo

Nas duas ou três últimas décadas tornou-se comum o debate em torno
dos malefícios produzidos pelo comércio e uso de substâncias ilícitas no Brasil.
O “problema das drogas”, como ficou mundialmente conhecido nos discursos
oficiais e midiáticos, passou a ser, se não o único, ao menos o mais importante
determinante de uma série de mazelas sociais que atingem tanto os países ricos
(classificados de consumidores), quanto os países pobres (os produtores e
exportadores das “diabólicas substâncias”). Essa situação que, nos dias de hoje,
afigura-se como extremamente perniciosa pode ser melhor entendida
resgatando-se alguns elementos da história de sua constituição. Nesse sentido,
traçamos uma suscinta história da proibição das drogas em âmbito mundial e
nos valemos do conceito foucaultiano de biopoder e o de tanatopolítica da
“Guerra às Drogas” desenvolvido por André Saldanha Costa para tecer breves
comentários sobre o “problema das drogas” no Brasil. Nessa primeira
aproximação, podemos afirmar a importância desses dois conceitos para o
entendimento da “vida despolitizada” dos traficantes de drogas, bem como das
políticas governamentais, tanto jurídicas quanto da saúde, voltadas a essa
questão.

Publicado
2017-09-23
Seção
Artigos