Relato de experiência: identidade, gênero e docência; análise teórica ancorada na prática

  • Patrícia Rodrigues Ruiz
Palavras-chave: magistério, identidade, trabalho, mulher professora

Resumo

Em 2004, foi formado um grupo de pesquisa chamado “Gênero, Docência e Identidade”, coordenado pela Profª Drª Maria de Fátima Salum Moreira, da UNESP de Presidente Prudente, do qual eu fazia parte. Objetivouse estudar a mulher professora em suas práticas e em sua realidade cotidiana. Realizaram-se estudos em que foi visualizada a condição feminina impregnada por uma opressão e uma invisibilidade sócio-histórica, que foi questionada com mais ênfase na década de 60, mais precisamente no ano de 1968. Enfatizaram-se nessas pesquisas textos de autoras como Guacira Louro, percebendo-se que o movimento feminista contemporâneo surgiu com mais expressividade, ensejando, assim, os estudos sobre a mulher. Constatou-se também que a apropriação do espaço escolar pelas mulheres se deu, entre outras razões, pelo deslocamento da força de trabalho masculina, depois da Revolução Industrial, vindo o magistério a ser feminilizado. Na prática docente, observou-se que as crianças têm “(. . .) interiorizado um padrão típico de comportamento tendo dificuldade, pela própria pressão do grupo a transgredi-lo” (Gomes, p.35). Inferiu-se, então, que as mulheres professoras terão dificuldades em romper com esses paradigmas, às vezes preconceituosos, do papel da mulher e do homem na sociedade, sendo elas mesmas vítimas de um sistema que as desfavorece. Problematizam-se essas questões nessa sociedade em transição, onde cada vez mais mulheres chefiam famílias, e os homens, antes a força de trabalho principal, têm que, forçosamente, criar um novo espaço.

Publicado
2018-03-10
Seção
Relato de experiência